outubro 15, 2010

Canyon Lux MR 8.0 - O Adeus...

A chegada à Plaza do Obradoiro ditou o fim do Caminho Português de Santiago de Compostela, o fim de uma aventura memorável e da qual sempre me recordarei com saudosismo. No entanto… ditou também o fim de uma relação de 50 dias com a Canyon Lux MR 8.0, a minha montada durante os 4 dias de peregrinação e a meu cargo nos anteriores 46 dias de devida habituação.

50 dias de rodagem na Canyon Lux MR 8.0 foram a experiência que tive com esta bicicleta! Terá sido muito ou pouco? Não interessa, foi a minha experiência e dela recai uma opinião. A minha opinião, que vale… apenas isso!!

Vamos a números!! 50 dias à minha guarda, ditaram 12 incursões no terreno (dias de peregrinação incluídos), cerca de 750Km’s percorridos, 45 horas em “cima dela” (literalmente)… estabelecemos alguma ligação! Ehehehe! Muita ou pouca??? Repito… não interessa! Interessa sim, deixar aqui a opinião daquilo que foi esta bicicleta para mim durante estes dias!!

Após a análise detalhada da irmã Grand Canyon CF 9.0 efectuada pelo comparsa FMike, e com a devida permissão efectuarei a minha análise sobre a Canyon Lux MR 8.0 sobre os mesmos campos de observação!

ASPECTO GERAL: Em 2 palavras… diria tudo! “Tipicamente Canyon” A bike apresenta um aspecto muito comum e já imagem de rosto da Canyon! O preto mate com o lettering branco não é de todo a minha selecção preferida! É no entanto uma bike “tipicamente Canyon”! Um conjunto estético que está na sequência de muitos modelos da Canyon! Ao longe… tem um porte agressivo e robusto! De perto, sobressai a sua leveza, atendendo ao facto de ser uma bicicleta de suspensão total, onde o “peso pluma” carbono e o “equipamento de topo” têm uma palavra a dizer no peso total da bike!

TRANSMISSÃO: Ao longo dos Km’s realizados, saliento o bom desempenho do Pedaleiro Truvativ Noir XC3.3 e de toda a eficácia da transmissão. É para mim um dos aspectos fortes desta bicicleta. Depressa me rendi à beleza e leveza do pedaleiro, também em carbono! A fazer equipa com o pedaleiro temos parceiros fortes, como o desviador traseiro Sram X0 e o desviador dianteiro X9, a trabalhar com a cassete Shimano Deore XT 11-34 (o elo menos forte do conjunto). Cá em cima, na central de comandos, os Sram X0 Twist Shifter, foram totalmente novidade para mim e convenceram-me em absoluto! Até já pensei em pôr uns na minha Trek! Falta-me é o t€mpo!

DIRECÇÃO E SUSPENSÃO: Bicicleta FS com 2 boas suspensões: A dianteira fica a cargo da Rock Shox Sid Team 100mm com bloqueio no guiador, já a traseira fica à responsabilidade da super conhecida e aprovada FOX RP23! Tanto de uma como da outra nada de negativo a apontar! Comportamentos exemplares e a actuar quando são mais necessárias! Os terrenos pedregosos não lhes deram descanso durante os 4 dias de peregrinação até Santiago de Compostela! No que toca à direcção, o guiador WCS Carbon Rizer de 660mm cumpre bem a sua missão de amortecimento, no entanto é de dimensões demasiado grandes! Parecia um aviador de asas abertas! Se fosse meu… ia à serra… já o tinha dito à uns tempos atrás!!! Aparte disso, não me apercebi de limitações significativas, a não ser a ausência do sistema que equipa a “irmã” CF 9.0, que impede o guiador de fazer ângulos completos, prevenindo-o de bater no quadro. Um pormenor que me parece bem significativo e que faz a diferença!

RODAS E PNEUS: As DT Swiss X1650, não são um peso pluma, mas também não são umas rodas pesadas! Cumpriram a sua missão na plenitude, e à semelhança das suas “irmãs” X1450 passaram incólumes, sem empenos, sem raios partidos os 50 dias de teste! Esteticamente são agradáveis à vista… mas longe das Crossmax SLR da minha Trekbike! No que toca a pneus, a Canyon Lux MR8.0 vem equipada com os Rocket Ron da Schawlbe! E para dizer a verdade, não é marca que seja muito do meu agrado, fruto de duas más experiências anteriores com pneus desta marca! Havia que dar uma terceira hipótese à marca!!! E, como se costuma dizer… à 3ª foi de vez… comportaram-se muito bem, sem um único furo ao longo dos Km’s percorridos, e alguns deles em trilhos bem propícios a isso! Terá sido sorte?? Não sei… mas os Pneus safaram-se!

TRAVÕES: Os Fórmula R1 tidos como bons travões de competição, elevavam a expectativa a qualquer utilizador! Esperava-se potência de travagem à frente e atrás, e tive-a! Esperava-se fiabilidade constante e leveza de equipamento, também tive! Esperava-se silêncio de travagem… ui ui ui… aqui é que não!!! Chinfrineira total quando pressionava a manete do travão! Provavelmente o problema seria das pastilhas, como me foi informado, no entanto, o ruído era incomodativo qb, especialemnte em tiradas com muita utilização de travão! Aparte disso, uns bons travões e com estética à altura!

SELIM E ESPIGÃO: Contrariamente à opinião emitida pelo companheiro FMike, não tive qualquer sentimento negativo face ao duo - selim e espigão! Selim Selle Italaia SL com Espigão Ritchey WCS Carbon 1-bolt, com comportamento eficaz, quer a subir, quer a descer, quer em plano! Sem aspectos negativos a apontar!

Finda a análise das diferentes secções da bike, apraz-me dizer que a selecção de componentes da Lux MR 8.0 é, de facto, uma escolha capaz de garantir segurança, resistência e fiabilidade, sem retirar a leveza essencial para as longas distâncias! Foi um grande privilégio e uma experiência super positiva comandar este “tanque alemão” rumo a Santiago de Compostela! Parece que ainda estamos em planos de viagem e trocas de email’s... e, na verdade, já foi à mais de 1 mês!!!! O tempo tem lá destas coisas!!!!

Canyon Bike Test foi o título com que baptizamos este nosso departamento do blog central BTTHAL. Criámo-lo com o intuito de partilhar a experiência que tivemos com as 2 bikes peregrinas, gentilmente cedidas pela marca Canyon! Não é um ciclo que se fecha… antes pelo contrário! Queremos mantê-lo em aberto, queremos passar por novas experiências como foi o caso desta… Quem sabe, em breve não tenhamos entre mãos mais exemplares Canyon para novas aventuras! Apenas o futuro o dirá!

Por tudo isto… resta-me um agradecimento especial e sentido à marca Canyon, personalizado na figura do Paulo Alves. A eles o nosso Muito Obrigado!

Por tudo isto, o Blog Canyon Bike Test… não diz Adeus… mas sim… Até Breve!!

outubro 09, 2010

Grand Canyon CF 9.0 - O Adeus!

Boas a todos!
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Está na hora de fazer as devidas vénias e despedidas, assim como o encerrar do blog que ao longo de algumas semanas serviu os intentos de registar as nossas impressões a bordo das duas manas Canyon que nos acompanharam até à Plaza do Obradoiro no passado dia 6 de Agosto.
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Muito se foi dizendo, comentando, discutindo, quer no nosso círculo de amigos, que connosco pedalaram lado a lado em inúmeras aventuras, quer aqui nesta página da Web, acerca das reais qualidades destas duas bikes. Assim para fechar com chave de ouro, nada como fazer uma retrospectiva ao longo do tempo e claro uma verdadeira análise, que pecará, se assim se pode dizer, pela pouca quilometragem atingida, pois um teste de longa duração poderá e provavelmente suscitará, uma crítica mais prolongada e aprofundada, no fundo, merecida.

Já vai longe o dia 30 de Junho, data em que fiz o post sobre o primeiro contacto da Grand Canyon CF 9.0. Desde então contabilizei na sua folha de registo, 10 saídas aqui na nossa bonita Beira, entre trilhos e algum alcatrão, acrescidas das 4 etapas do Caminho Português de Santiago, perfazendo 850 km, 48 horas a pedalar, quase 11.000 m de acumulado num total de 14 aventuras, sempre com o prazer da companhia de alguns amigos e amigas.

Foram várias as aventuras que percorri com esta menina, aqui pelos “nossos” trilhos, onde saliento, sem dúvida, a prova do X 50 Meia Maratona de CBranco como a “cereja em cima do bolo”, incluindo na “massa” algumas geocachadas com o amigo JValente e a mana Canyon Lux, as visitas às Ribeiras de Alpreade e Muro com o amigo AC ou o gozo de inúmeros singles com a malta das Docas, sempre proporcionando bons momentos de preparação para o real objectivo para o qual veio parar-me às mãos – realizar o Caminho Português de Santiago.
E só tenho um adjectivo a atribuir a esta bike – Excelente! O que é merecido, deve ser reconhecido, e o que é criticável, deve ser dito. Ponto final. É claro que há sempre espaço a melhorias, e claro, esta menina não é perfeita, mas anda lá perto!

Vamos então a uma análise final, que numa primeira instância poderá ser prematura, dada a pouca quilometragem acumulada.
ASPECTO GERAL: Esta bike apresenta um aspecto geral tipicamente alemão – Sóbria, mas ao mesmo tempo distinta, quase exclusiva. As cores escolhidas – preto mate, aqui e ali com o branco sabiamente misturado, tornam-no num quadro que atrai o olhar, sobressaindo o seu semblante de robustez. A arquitectura dos tubos é que poderá gerar alguma controvérsia, devido às suas “desigualdades”, em que sobressaem o aumento da grossura do tubo inferior junto ao movimento pedaleiro e a finura das escoras verticais, assim como o oversize do tubo de direcção.

Mas tudo tem justificação nesta vida e isto não é excepção, defendendo os engenheiros uma maior solidez nestas desigualdades nos tubos, proporcionando as escoras fina uma maior capacidade de absorção das irregularidades do terreno. Para mim o quadro apresenta uma solidez bastante marcada, favorecendo a precisão da direcção, ao mesmo tempo que a parte traseira do quadro parecia quase uma FS, pois absorvia muito bem as irregularidades, filtrando os impactos para o meu costado… Nada mau! Rigidez quando era precisa e amortecimento sem penalizar a cadência, tudo isto com um grande argumento neste momento – um peso superleve, favorecendo toda a capacidade da bike para por exemplo… subir!

TRANSMISSÃO: A fama da Shimano precede o momento de pegar na bike e ir até aos trilhos… será o XTR assim tão bom que justifique o seu valor acrescentado no momento de pagar? Será que podia viver sem o XTR?
A resposta é publicitária mas fiel ao sentimento! Sim podia, mas não era a mesma coisa… A transmissão faz parte integrante de toda a moldura da bike, pois está em perfeita sintonia com todo o conjunto, quer no incremento da qualidade, quer na beleza do conjunto. A capacidade do quadro está para a transmissão assim como a manteiga está para a torrada – derrete-se envolvendo-se, torna-se saborosa e de repente o pequeno-almoço já não sabe a nada sem elas.

Aqui é igual. O XTR acaba por engrandecer toda a bike, pois ao aliar-se a este soberbo quadro, empresta uma qualidade e precisão à propagação da força da pedalada ao trilho, melhorando a capacidade da bike em progredir em todo o tipo de terrenos, sempre com uma precisão notável. Já o pedaleiro “titânico” empresta a sua forte imagem de marca, embelezando a bike, contribuindo decisivamente para o peso final do conjunto e para o elevado desempenho global da transmissão. Palavras para quê? Só experimentando!

DIRECÇÃO E SUSPENSÃO: A suspensão foi um dos elementos que me surpreendeu pela positiva. De inicio achei a Magura demasiado macia e com um aspecto algo duvidoso pois nas primeiras saídas chegava sempre suja de óleo… mau, mau, Maria que isto ainda vai dar chatices… pensava eu. Acabei por perguntar a alguém já experiente com Maguras (o amigo AC), se seria um comportamento normal. E a resposta foi pronta – Isso não é defeito, é feitio! E é verdade. Passados os primeiros 400 km a Magura parecia outra. Muito mais precisa, com uma leitura do terreno extraordinária, suave quando necessária, suficientemente rígida a subir, admirável a descer, no fundo um espectáculo! E até o surgimento de óleo passou a ser quase irrisório. Excelente! No que respeita ao bloqueio pareceu-me algo frágil, pois como era todo em plástico, na hora de bloquear vergava um pouco sob a pressão, parecendo que ia partir a qualquer momento. Aguentou-se!

A direcção é bastante precisa com o auxilio da sensibilidade da Magura e a rigidez do conjunto roda e pneu. Uma mais valia importante é o sistema da Canyon que impede o guiador de fazer ângulos completos, impedindo-o de bater no quadro, o que poderia provocar danos no carbono ou riscos na pintura. Uma exclusividade importante.
Como disse anteriormente esta menina é quase perfeita. Um dos aspectos que destoa é sem dúvida o guiador. Num conjunto em que se respira carbono, qualidade e perfeição por todos os poros, este guiador em alumínio está simplesmente desfasado. O peso poderá ser pouco mais superior a um guiador de carbono (não faço ideia) mas para quem normalmente sofre dos punhos este é um ponto negativo, pois habituadinho que estou à absorção proporcionada pelos meus carbónicos, passar para um de alumínio provocou alguns ressentimentos, que só não foram maiores porque a Magura acabou por cumprir eficazmente o seu papel. Um aspecto que acho que deve ser revisto, pois desiquilibra o produto final.

RODAS E PNEUS: As DT Swiss não eram para mim novidade, uma vez que as conhecia da minha anterior Trek e só tenho a dizer bem destas rodas. Com uma sonoridade muito própria, a lembrar um relógio suíço, primam pela leveza sem comprometer a robustez – 1450 gr de pura qualidade, 850 km sem empenos, raios partidos, jogos laterais, nada… só precisão na direcção, excelente rapidez, sobretudo a subir. Não ficam atrás a qualidade de tracção dos Rocket Ron, pois pertence-lhes a eles a poderio de ligar a força vinda de cima ao palmilhar dos trilhos. Muito macios favorecem essa ligação mas acusando contudo essa brandura, pois com apenas 850 km acusavam um desgaste acentuado, sobretudo o pneu traseiro, em que a rudeza dos trilhos palmilhados não terá sido alheia ao acentuado desgaste. Bom para puxar e curvar, mas brandos para durarem… não se pode ter tudo!

TRAVÕES: Os Fórmula R1 são essencialmente travões de competição, logo espera-se potencia, qualidade, associada a robustez. E são isto tudo. Muito doseáveis, estavam lá na quantidade certa, conforme as solicitações, sem serem esponjosos, quando mais abusados. As manetes são bonitas mas trepidavam um pouco quando passavam em trilho empedrado, provocando um ruído de latas por vezes incomodativo. Serão afináveis concerteza.

SELIM E ESPIGÃO: Por fim estes dois elementos essenciais para o conforto do ciclista. Aqui temos uma completa antítese e claro, um dos pontos a rever nesta bike – um excelente espigão e um selim mediano. O espigão Ritchey VCLS é exclusivo da Canyon e, é sem dúvida, um grande progresso em espigões confortáveis. Contudo, tal como já afirmei, 850 kms é pouco para atestar a qualidade efectiva deste componente. Passo a explicar. O espigão tem a capacidade de se “dobrar” consoante as irregularidades do terreno, potenciando o tal amortecimento já efectuado pelas escoras verticais. Contudo não sei até que ponto este “dobrar”, causará fadiga no material, com a sua consequente ruptura. Ele deve ter sido bem testado em laboratório, mas é no terreno que terá de provar a sua durabilidade.
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Já o selim nem parecia um Selle Italia dos que eu tenho. O corpo era duro mas demasiado brando no meio, vergando assustadoramente, parecendo até que estava partido. Já os carris estavam soltos, provocando um ranger contínuo, que quando é sentido no nosso traseiro é quase assustador… xiça que ainda fico com um andar novo! Mesmo a cobertura do selim parecia fraca. Acho que haverá selins no mercado mais baratos e de melhor qualidade para equipar esta menina… Um ponto passível de revisão.

Está assim feita a análise ponto por ponto desta excelente bike, que me proporcionou magníficos momentos de BTT ao longo destes quase 50 dias. Saliento sem dúvida a sua capacidade a subir, muito, muito rápida, assim consigamos “dar-lhe as pernas” que ela pede. Já a descer, apesar de ser uma rígida, parece quase uma FS, pois para além do poder de amortecimento, invulgar neste tipo de quadros, tem uma direcção muito precisa, com a testa da bike ligeiramente mais elevada, favorecendo a progressão a descer. Quando terminava uma daquelas descidas adrenalínicas que gosto, era comum ter aquele sorriso na face e as emoções a mil… muito bom!

Uma excelente bike, muito leve, com excelentes componentes e um preço de combate. Uma possibilidade de escolha importante a ter em cima da mesa, na hora de comprar ou trocar de bike. Quanto a mim fiquei rendido. Acho que um quadro destes iria ficar muito bem lá por casa, quem sabe, equipada a rigor para Single-Speed! Já lhe pisquei o olho…
Termino agora com algumas palavras de agradecimento em primeiro ao Paulo Alves, que nos lançou este repto, que foi simplesmente memorável, bem merecedor deste blog e de todo este partilhar de experiencias e emoções. A possibilidade de experimentar umas das bikes mais emblemáticas do mercado cheirou desde logo a desafio e a tentação daquelas irrecusáveis... e ainda bem que aderi. Foi muito bom usar esta menina... não me importava nada de ter uma!...
Obrigado Paulo!
A outra palavra de agradecimento é à Canyon que proporciona de forma desinteressada aos adeptos do BTT na sua plenitude, a possibilidade de testar os seus produtos. Nada nos foi pedido em troca, é certo, mas pelo menos um sincero Obrigado é devido!
Têm um excelente produto! Continuem assim!
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Fiquem bem!
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FMike :-)